sábado, 25 de janeiro de 2025

PIBID-História visita o Museu de Artes e Ofícios

No dia 16 de janeiro de 2025, bolsistas do PIBID-História-UFMG visitaram o Museu de Artes e Ofícios (MAO), localizado na antiga Estação Ferroviária de Belo Horizonte, MG. O grupo foi acompanhado pelo Prof. Alexandre Miranda (FaE/UFMG), coordenador do projeto de extensão "Trem na Escola", voltado para a análise da relação entre educação escolar e o patrimônio cultural ferroviário, com vistas a produção de materiais didáticos sobre educação patrimônial e história ferroviária. O objetivo da visita foi conhecer o museu, com especial atenção à memória ferroviária presente nas edificações que o compõem e que estão presentes no território em seu entorno: a Praça Rui Barbosa, popularmente conhecida como Praça da Estação, e a Rua Sapucaí. 

Antiga Estação Ferroviária de Belo Horizonte, atual Museu de Artes e Ofícios, 
e Praça Rui Barbosa, popularmente conhecida como Praça da Estação

O MAO foi criado em 2005 a partir de uma Parceria Público-Privada entre o Governo Federal e o Instituto Flávio Gutierrez (IFG). O acervo do museu foi composto a partir da coleção privada de artefatos coletados no estado de Minas Gerais por Flávio Gutierrez, um dos proprietários da construtora Andrade Gutierrez. Trata-se de artefatos variados, ligados ao trabalho e a diferentes ofícios, como carpinteiro, ferreiro, sapateiro, barqueiro, vendedor ambulante, cirurgião-dentista, boticário, curtidor de couro, cachaceiro (produtor de cachaça), etc. 

Este acervo foi organizado pelo IFG e cedido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O Governo Federal, por sua vez, cedeu a edificação da Estação Ferroviária de Belo Horizonte, que foi reformada para sediar o museu. Assim, o acervo encontrou um espaço para ser guardado, pesquisado e exibido. A estação ferroviária, que estava fechada, por sua vez, ganhou um novo uso como museu. E toda a Praça da Estação passou por uma reforma e revitalização, deixando de ser um grande estacionamento de automóveis e passando a ser reservada para pedestres. Isso deu origem a diversas manifestações culturais como o Bloco da Praia da Estação, um dos responsáveis pelo nascimento do atual Carnaval de Belo Horizonte.

Salão de entrada da Estação Ferroviária de Belo Horizonte - atual MAO

Carranca

Botica

O MAO apresenta ao visitante uma exposição de longa duração do seu próprio acervo que já está montada há quase 20 anos, sendo o carro-chefe do museu. O foco são trabalhos e ofícios não-industriais. O projeto expográfico é semelhante ao dos maiores museus pelo mundo, com expositores modernos e uma distribuição do acervo pelos amplos espaços das edificações. Em torno do museu, situa-se a Estação Central do metrô de Belo Horizonte, permitindo uma visualização da vida urbana do centro da cidade. 


Costureira

Mesa de açougue no salão da antiga Estação da Estrada de Ferro Oeste de Minas, parte do MAO.

Como, na visita, o foco do olhar do grupo do PIBID-História-UFMG era o patrimônio cultural ferroviário, chamou à atenção o fato de o trabalho ferroviário não ser incorporado aos ofícios abordados pelo museu. A própria edificação - uma Estação Ferroviária - que foi reformada e adaptada para sediar o MAO, não é musealizada pelo mesmo. A edificação tornou-se mero espaço para a exibição de um acervo que não dialoga diretamente com a história ferroviária. As décadas de "encontros e despedidas" que ocorreram na plataforma da estação, as milhões de pessoas que passaram pelo salão, onde ainda encontra-se a bilheteria, parecem ter sido esquecidas pelo MAO. Outra questão problemática é a história do processo de acumulação do acervo, feito sem uma cuidado de se registrar a procedência de cada objeto, e por meios desconhecidos. Assim, temos uma exposição belíssima esteticamente, porém marcada por tensões e conflitos nos campos da museologia e do patrimônio cultural.

Atrás do MAO, situa-se a Rua Sapucaí, que atualmente está em processo de revitalização, com a retirada do tráfego de automóveis e a instalação de bancos e iluminação para o usufruto de pedestres. Nesta rua encontra-se o edifício que já foi sede da Companhia de Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), da Rede Mineira de Viação (RMV) e da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), e atualmente está sendo reformado para a implantação do Centro de Memória Ferroviária.

Rua Sapucaí em obras, com o Edifício-sede da EFOM, RMV e RFFSA, com uma locomotiva da EFOM, 
também em obras para a implantação do Centro de Memória Ferroviária

 
A edificação que sedia o MAO - a antiga Estação Ferroviária de Belo Horizonte - é um lugar de memória relevante para a cidade e o estado de Minas Gerais, e o seu acervo exibido é extremamente significativo para a história das formas de trabalho praticadas durante os séculos de colonização e ocupação do território brasileiro. Em uma perspectiva crítica, compreendemos que as políticas e práticas de patrimônio são dinâmicas e marcadas pelas contradições presentes na sociedade como um todo. Assim, agradecemos ao MAO pelo trabalho de salvaguarda de importante parte do patrimônio cultural brasileiro, em especial, o patrimônio cultural ferroviário.

Prof. Alexandre Miranda (FaE/UFMG) e estudantes bolsistas do PIBID-História-UFMG: 
Izabella Flores, Giovanna Rocha, Beatriz Guimarães, Gabrielle Freitas, Ingrid Santana, Bárbara Parzzanini, Anna Luiza Martins e Camilly Aguiar.
 

Prof. Pablo Lima (FaE/UFMG) e o grupo do PIBID-História-UFMG


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Arqueologia e História Indígena


O PIBID-História-UFMG elegeu a História Indígena e Quilombola como temas centrais durante o primeiro semestre de 2025. São campos do conhecimento histórico extremamente ricos e complexos, que podem ser abordados de inúmeras maneiras. Optamos por iniciar um percurso formativo a partir dos conhecimentos possíveis sobre as histórias das populações mais antigas que habitaram o continente americano.

Neste sentido, no dia 7 de janeiro de 2025, o Prof. Gilmar Henriques Pinheiro Jr. (licenciado em História pela UFMG e mestre em arqueologia pela Universidade de São Paulo), apresentou uma palestra intitulada "Arqueologia é História Indígena" sobre pesquisas recentes no campo da arqueologia brasileira, na Faculdade de Educação da UFMG, em Belo Horizonte, MG.

O Prof. Gilmar H. Pinheiro Jr., fundador do Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, em Pains, MG, é pesquisador e coautor do artigo "Genomic history of coastal societies from eastern South America", publicado na revista Nature Ecology & Evolution em 2023. Este artigo, entre outras coisas, apresenta resultados de pesquisas que comprovam a similaridade genética entre os restos humanos mais antigos já encontrados no território brasileiro e os povos indígenas atuais. Sua apresentação foi uma aula introdutória sobre Arqueologia, analisando diversas pesquisas e conceitos, bem como os resultados do artigo citado. 

O PIBID-História-UFMG agradece ao Prof. Gilmar H. Pinheiro Jr., pela contribuição e reitera o convite para outras palestras e atividades ao longo de nosso percurso formativo.








  

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Núcleo de Iniciação à Docência (NID) do curso de História da UFMG

O Núcleo de Iniciação à Docência do curso de licenciatura em História da Universidade Federal de Minas Gerais (NID-História-UFMG) realizou já duas reuniões gerais ao longo de dezembro de 2024. Contamos com a presença de mais de 20 estudantesO objetivo foi o planejamento e organização das atividades para 2025 e divisão das pessoas entre os projetos de pesquisa.

Também foi apresentada a pesquisa "Trabalhadores e trabalho do ensino de história", coordenado pelo prof. Pablo Lima. Este projeto, realizado no âmbito do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História (LABEPEH), alcançou mais de 160 professoras e professores de História que supervisionaram o estágio curricular obrigatório do curso de História entre 2013 e 2023, por meio de um questionário com mais de 100 itens. O NID-História-UFMG tem, entre seus projetos de pesquisa para o primeiro semestre de 2025, a sistematização e o tratamento dos dados desta pesquisa.

Entre 23/12/2024 e 06/01/2025, o NID-História-UFMG estará em recesso de virada de ano do calendário gregoriano. A coordenação do NID deseja um feliz ano novo à toda equipe!  


Estudantes do NID História UFMG. Em primeiro plano (da esq. para a dir.): Ingrid Santana, Gabriela Nascimento, Gabriella Dias, Ana Clara Duarte, Ingrid Oliveira, Ana Luísa Costa e Júlia Vieira. Na fileira central: Alice Viegas, Maiza Elias, Gabrielle Freitas, Athos Rocha, Giovanna Rocha, Izabella Flores, Beatriz Guimarães e Camilly Aguiar. Ao fundo: Daniela Ferreira, Ísis Castro, Lívia Tereza, Evandro Faria Jr., Alessandra Santos, Larissa Pereira, Pablo Lima, Gabriela Silveira, Anna Luiza Fernandes e Pedro Barreto. Saíram antes da foto: Raquel Santana, Bárbara Parzzanini e Anna Luiza Martins.





 

sábado, 14 de dezembro de 2024

O PIBID História UFMG está de volta!


Um novo edital do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) foi lançado em outubro deste ano. Mais de 300 instituições de ensino superior se inscreveram e 296 foram aprovadas, entre elas a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A área de História da UFMG conseguiu 24 bolsas para estudantes, 3 bolsas para professores supervisores e 1 bolsa para professor coordenador.

Em novembro, o processo seletivo da área de História foi coordenado por uma comissão designada pelo Colegiado do Curso de História, composta pelas professoras Ana Paula Sampaio (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - Fafich) Míriam Hermeto Motta (Fafich) e Pablo Lima (Faculdade de Educação - FaE). Foram 71 estudantes e 26 professores inscritos, o que mostra alta demanda pelo programa. O Colegiado também deliberou que a bolsa de coordenação da área de História será  revezada entre os três professores que compuseram o a comissão de seleção, começando com o Prof. Pablo Lima, até o final de julho de 2025. 

Para a supervisão, foram selecionadas as professoras Isis Castro, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG); Alessandra Santos, do Centro Pedagógico (CP/UFMG); e Larissa Pereira, da Escola Estadual Professor Morais (EEPM), todas de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Em dezembro as atividades da área de História tiveram início, com uma série de reuniões gerais, reuniões de subgrupos das escolas e de projetos de pesquisa. Também teve início a organização e inventário do acervo do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História (LABEPEH), na FaE/UFMG, atualmente ligado ao Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação Científica, Histórica e Museal (GEEMC-UFMG). 

Nesta edição do PIBID, além da presença e das intervenções nas escolas, a área de História da UFMG terá como objetivo a realização de projetos de pesquisa ligados ao ensino:

* Pesquisa sobre egressos da área de História do PIBID UFMG (2010-2024).

* Pesquisa e inventário do acervo físico e digital do LEBEPEH/UFMG.

* Pesquisa sobre Professores Supervisores do Estágio da Licenciatura em História da UFMG.

* Pesquisa e ensino de História Indígena e Quilombola.

* Pesquisa sobre educação, patrimônio cultural ferroviário e ensino de História.

Também estamos retomando os meios de comunicação da área de História do PIBID - como este blog! - e em processo de criação de perfis para o PIBID e o Labepeh nas redes sociais atuais. A partir de hoje, este blog volta a ter a função de meio de comunicação para os membros da área de História do PIBID na UFMG, bem como repositório virtual das nossas ações e atividades.

O PIBID, assim, retoma suas atividades como um dos maiores projetos do curso de Licenciatura em História da UFMG. Muito além da formação docente, o PIBID proporciona um potente encontro entre profissionais da educação em atividade, futuros professores e as comunidades escolares, sendo um importante programa de valorização e incentivo à docência no Brasil.


Fontes:

https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/resultados-dos-editais/07102024_Edital_10_2024___Retificacao_do_Resultado_Final.pdf

https://www.ufmg.br/prograd/dueb/editais/


 


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

CINE PIBID convida para exibição do documentário "(In)Consciência Negra" (2015)

Em 2015 a área de história do PIBID/FaE/UFMG produziu o documentário "(In)Consciência Negra" com relatos de estudantes e trabalhadores das Escola Estadual Pedro II e Escola Estadual Alaíde Lisboa, em Belo Horizonte.

Agora, neste mês da consciência negra, convidamos todxs para a exibição do documentário e um debate sobre a questão racial na escola.

Venham!!!


terça-feira, 17 de outubro de 2017

Cartógrafos como mediadores culturais

O PIBID-História UFMG, junto ao Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Ensino de História (Labepeh) e o Instituto Caio Prado Jr. (ICP) convidam a todas e todos para a próxima sessão do projeto Labepeh promove Diálogos com a professora Alida Metcalf (Rice University, EUA) intitulada Cartógrafos como Mediadores Culturais: História do Mapeamento Inicial do Mundo Atlântico.


A professora Alida Metcalf é chefe do Departamento de História da Ruce University, em Houston, Texas, EUA, e atualmente realiza pesquisa de pós-doutorado no Brasil sobre história da cartografia.

Ela é autora de Go-betweens and the colonization of Brazil, 1500-1600 (Texas Univ. Press, 2005), e de The return of Hans Staden: a go-between in the Atlantic World (John Hopkins Univ. Press, 2012) 

O evento será aberto ao público e a palestra será em português. Será emitido certificado aos participantes.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Aberto edital de seleção de bolsistas para o PIBID História


Estão abertas as inscrições para duas bolsas na área de História do PIBID/FaE/UFMG.

Os(as) candidatos(as) devem ser estudantes regularmente matriculados no curso de História na UFMG - modalidade licenciatura.

O prazo de inscrições encerra às 23:59hs do dia 4 de outubro de 2017 e as entrevistas de seleção ocorrerão no dia 5 de outubro de 2017, às 14hs.

As inscrições serão realizadas apenas via email e a entrevista será presencial.

Confira o edital abaixo!



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