Oficinas
de História - Planejamento - PIBID/UFMG
Armando Magno de Abreu Leopoldino - UFMG
Flávia Regina Alves de Oliveira - UFMG
Paula Miranda de Oliveira - UFMG
Patrícia Cristiane de Oliveira - UFMG
Coordenação Junia Sales - UFMG
Professor Supervisor - Mariano Alves - E.M. Professora Eleonora Pieruccetti
A relação com a história não é construída apenas no tempo
e espaço da sala de aula, mas também por apropriações e na atribuição de
significados pelos próprios alunos fora do ambiente escolar. Nessa perspectiva
a nossa inserção como integrantes do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID) no universo escolar se pautou por construir um
projeto objetivando a aproximação entre o trabalho do historiador e as práticas
de ensino próprias ao Ensino Fundamental, bem como a compreensão da história e
suas representações em diferentes épocas, evitando juízos de valores. Como
objetivos específicos, pensando-os como aqueles em que elegemos para atingir os
centrais, destacamos o desenvolvimento de metodologias de pesquisa em história
e o reconhecimento da existência de diferentes percepções e intenções sobre um
mesmo fato, objeto ou imagem.
Como
estratégia para atingir esses objetivos, elaboramos oficinas com a intenção de aproximar
o universo da história ao dos alunos, possibilitando novas formas de raciocínio
histórico e instigando a participação e a construção do conhecimento.
Começaremos pela Oficina de Cartografia, buscando
desenvolver as habilidades de leitura cartográfica e reforçando noções sobre
documentos históricos escritos e não escritos, assim como o de promover o
desenvolvimento da produção e registro de conhecimentos. Nesse sentido propomos
a organização do trabalho em etapas, descritas a seguir e planejadas de acordo
com o movimento já iniciado na escola com turmas de oitavo ano do ensino
fundamental.
1ª
etapa da Oficina de Cartografia
Tema:
Introdução
à noção de mapas na história.
Planejamento:
1º passo: Provocação
dos alunos com questões elementares sobre um mapa - o que é; para que serve;
como é feito; por quem; os mapas são sempre os mesmos?
2ª passo: Produção
individual dos alunos de um mapa da cidade, a partir de dois pontos já
desenhados: a Praça Sete e a Escola Municipal Professora Eleonora Pieruccetti.
Nossa intenção é que os alunos reconheçam o espaço da cidade e insiram seus
valores no mapa. A atividade será desenvolvida numa folha A4. (Anexo 1).
3º passo: Apresentação
das produções por alguns alunos e contraposição de valores expressos em seus
desenhos.
4º passo: Retomada das
questões do 1º passo com problematizações.
Diante desse processo, nossa próxima fase consiste em
pensar mais especificamente os documentos históricos, a pesquisa e o raciocínio
histórico, num processo comparativo, tendo no horizonte o pensamento de cada época
e seu contexto.
Mapas são pensados a partir de dados e técnicas
matemáticas. Seu uso se dá para propósitos diversos, tais como: orientação,
guia, turismo ou mesmo dominação. Seus detalhes e características são marcados
pela intenção de quem os produz e usa. Na Idade Média, por exemplo,
comerciantes usavam mapas itinerários, muito marcados por um imaginário
religioso, para viajar e realizar o comércio. Descrições encontradas nesse mapa
tinham como função fornecer aos exploradores e navegadores informações
detalhadas - rios, montanhas, fauna, rotas marítimas.
2ª
etapa da Oficina de Cartografia
Tema:
Diferentes
visões de mapas atuais e a desconstrução de ideias.
Planejamento:
1º passo: Exibição de
mapas "cânones", ou seja, mapas mundiais da geografia política e do
Brasil largamente reconhecidos, em três versões: uma clássica, outra invertendo
os planisférios e uma em globo, de modo a passar a sensação de movimento.
(Anexo 2).
2º passo: Perguntas
sobre o assunto: há alguma diferença? Quais? Em caso negativo, por que são
iguais? O que as diferenças e as semelhanças nos dizem? Com essas questões, buscamos
instigar os alunos a perceberem que um mapa não se impõe por si só, mas sim de
acordo com quem o usa, ou seja, seu significado está relacionado a uma intenção.
3º passo: Mostrar
outros tipos de mapas, buscando desconstruir a ideia de que somente as
representações que chamamos de canônicas seriam mapas. Elencamos, para este
fim, uma imagem do Google Maps com as
escolas de Belo Horizonte (Anexo 3); um trecho de um vídeo que parte de um
ponto na superfície e vai ampliando a visão até chegar a uma vista sobre o
planeta Terra (http://www.youtube.com/watch?v=4BoWrLXIExQ); a escola no Google View numa perspectiva inversa,
saindo da Terra e indo até a instituição (usaremos
o Google Maps, conectado em sala de
aula) e um guia turístico com pontos destacados da
cidade.
4º passo: Registro,
para entregar aos professores, refletindo suas percepções e identificando os
elementos que já foram trabalhados: mapa como representação e objetivos dos
mapas. Com este registro, pretendemos retomar, na etapa posterior, as
aprendizagens e analisar a capacidade de produção de conhecimentos a partir dos
debates que foram desenvolvidos.
3ª
etapa da Oficina de Cartografia
Tema:
As
navegações portuguesas e espanholas nos séculos XV e XVI.
Planejamento:
1º passo: Entregar um
mapa político mundial sem identificações específicas, pedindo para os alunos
nomearem alguns pontos, tais como: a Península Ibérica, os Oceanos, o périplo
africano, as Índias, a América e as ilhas portuguesas. Em seguida,
apresentaremos o mapa com as identificações, para os alunos compararem e
perceberem se conseguiram localizar os lugares e complementar as informações.
(Anexo 4).
2º passo: Exibição de
mapas antigos, explicitando: os mapas como visões de um mundo pensado pelos
europeus e o contexto europeu para as Grandes Navegações. (Anexo 5).
3º passo:
Desenvolvimento do assunto, abordando os planos português e espanhol, inseridos
nesse contexto da expansão econômica comercial e religiosa e definindo uma partilha
do mundo entre europeus.
ANEXO
1:
ANEXO 3:
ANEXO 4:
ANEXO 5:
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